A importância de gestores LGBTQ+ para a sua organização

Todos os anos durante o mês de junho, empresas penduram bandeiras do orgulho LGBTQIA + e falam como são um espaço de trabalho diverso e inclusivo. Entretanto, quantos gestores LGBTQIA + existem na sua organização?  Dizer que a sua organização ama a diversidade não é o mesmo que ser um aliado! Ter gestores LGBTQIA + na liderança da organização é importante não apenas para demonstrar avanço ou um ambiente de trabalho inclusivo. Ter gestores LGBTQIA + é naturalizar as diferentes orientações sexuais e identidades de gênero. De acordo com a Human Rights Campaign Foundation, 46% dos trabalhadores LGBTQIA + não são abertos sobre sua orientação sexual ou identidade de gênero no trabalho porque estão preocupados em ser estereotipados, se sentirem desconfortáveis, perder relacionamentos com colegas e muito mais.  Se pessoas LGBTIA+ se vêem representadas em posições de liderança, ou se elas são selecionadas para oportunidades, elas permanecerão engajadas com seus colegas de trabalho e de equipe. Se não, eles  procuram representatividade em outro lugar. Gestores LGBTQIA + também ajudam a atrair talentos – eles demonstram que você leva a diversidade a sério. A presença de modelos em todos os níveis de liderança demonstra um ambiente de trabalho inclusivo onde a diversidade pode prosperar. Diversidade no local de trabalho é um tema que está em alta há algum tempo, mas muitas empresas ainda estão lutando para definir o que isso significa para sua organização, comunicando por que a diversidade é importante e encontrando maneiras de incluir de maneira significativa a diversidade em seus bancos de talentos. Uma pesquisa realizada pela Universidade Marquette para a Câmara de Comércio LGBT de Wisconsin, descobriu que das 88 empresas pesquisadas, aquelas com pessoas LGBTQIA + em posições de liderança sênior relataram desempenhos gerais mais altos. Os resultados notáveis nas equipes incluíram:

  • desempenho organizacional;
  • responsabilidade social, corporativa e ambiental;
  • qualidade na utilização da força de trabalho;
  • práticas de gestão de RH  de alto desempenho.

Jason Rae, presidente e CEO da Câmara de Comércio LGBT de Wisconsin, disse em um comunicado:  “Este estudo apóia o que temos dito há anos – tendo gestores LGBTQIA + , seja como CEO, empresário, parte da alta direção ou do Conselho de Administração, é bom para o resultado final de uma empresa.” Simplificando: a diversidade na empresa é boa para os negócios e celebra de fato o quão diversos somos O relatório analisou se as empresas tinham ou não pessoas LGBTQIA + em cargos de gerência sênior e qual o impacto que isso teve nos resultados dos negócios. A pesquisa descobriu que, das empresas que participaram, 61% das empresas tinham uma ou mais pessoas LGBTQIA+ em uma posição de liderança. Comparativamente, 48% tinham uma ou mais pessoas pretas em um papel de liderança e 86% tinham uma ou mais mulheres em um papel de liderança superior.

População LGBTQIA + brasileira no mercado de trabalho

Um estudo feito pela Center for Talent Innovation, realizado em 2019, traz dados alarmantes sobre a comunidade LGBTQI+ no mercado de trabalho brasileiro:

  • 61% dos funcionários LGBTQIA + escondem sua orientação sexual ou identidade de gênero por medo de perderem o emprego;
  • 33% das empresas não contratariam para cargos de chefia pessoas LGBT;
  • 41% dos funcionários LGBT afirmam terem sofrido algum tipo de discriminação em razão da sua orientação sexual ou identidade de gênero;

e 90% de travestis se prostituem por não terem conseguido nenhum outro emprego, até mesmo aquelas que têm boas qualificações. Entre os profissionais que não contaram abertamente sua orientação sexual, os quatro principais fatores que fizeram as pessoas não compartilharem são os seguintes:

  • não ver necessidade (51%)
  • não gostar de falar sobre a vida pessoal (37%)
  • ninguém saber sobre a orientação sexual dentro e fora do trabalho (32%)
  • medo de represália por parte dos colegas (22%)

Discriminação no ambiente de trabalho

Em relação ao preconceito no ambiente de trabalho, 35% dos entrevistados LGBTQIA + afirmaram já ter sofrido algum tipo de discriminação velada ou direta. A maior parte da discriminação foi feita diretamente por colegas. Cerca de 12% afirmaram ter sofrido discriminação direta ou velada por líderes da empresa, incluindo gestores. Piadas e comentários homofóbicos foram os mais citados entre as formas de discriminação. Já entre os heterossexuais que afirmaram ter algum colega homossexual, 33% afirmaram ter presenciado algum tipo de discriminação com o profissional LGBTQIA + no ambiente de trabalho. Destes, 17% disseram que o episódio ocorreu nos últimos 6 meses, 8% no último ano e 8% há mais de um ano.

Respeito e empatia

Quando questionados como se sentiam perante seus colegas em relação à sua orientação sexual ou identidade de gênero, 23% dos profissionais LGBTQIA + afirmaram sentir respeito e 15%, igualdade.  Em seguida estão a insegurança (6%), companheirismo (também com 6%), curiosidade (5%), desconfiança (4%) e desrespeito (4%). No geral, quase 60% dos sentimentos citados eram positivos, incluindo ainda empatia (3%), orgulho (3%), solidariedade (2%) e carinho (2%). Do lado dos heterossexuais, 44% dos respondentes escolheram “respeito” para descrever como se sentiam em relação aos colegas LGBTQIA+. A igualdade apareceu em segundo lugar, com 19%, seguida por empatia (8%), companheirismo (7%) e solidariedade (5%). No geral, mais de 90% dos sentimentos citados eram positivos.

Dados sobre gestores LGBTQIA +

Dos respondentes LGBTQIA +, apenas 13% afirmaram ocupar ou terem ocupado anteriormente, um cargo de diretoria ou C-level. Outros 15% ocupavam ou ocupam cargos de coordenação e gestão, enquanto a grande parte (54%) representa cargos de entrada, isto é, analistas, assistentes ou estagiários. Em relação a ter um gestor direto LGBTQIA +, 74% dos profissionais LGBTQIA + afirmaram que não teriam problemas em trabalhar com um possível chefe LGBTQIA +. Com os respondentes heterossexuais, o percentual foi parecido, com 71%.  Na base geral, 71% dos entrevistados também disseram não ser um problema.

Benefícios de um local de trabalho amigável para LGBTQIA+

Então, por que tornar seu local de trabalho mais inclusivo? Vamos olhar primeiro para os benefícios dos indivíduos.  Em primeiro lugar, as políticas de apoio à comunidade LGBTQIA+ terão um efeito imediato sobre as pessoas, resultando em menos discriminação e maior abertura sobre ser LGBTQIA +.  De acordo com a pesquisa, “O impacto comercial das políticas de apoio ao trabalho LGBT”, conduzida pelo Instituto Williams, os funcionários que gastam tempo e esforços consideráveis ​​escondendo sua identidade no local de trabalho, têm níveis mais altos de estresse e ansiedade, resultando em problemas de saúde e queixas relacionadas ao trabalho. Portanto, o local de trabalho favorável à comunidade LGBTQIA + levará à melhoria da saúde, maior satisfação no trabalho, melhor relacionamento com colegas e supervisores e maior comprometimento no trabalho. Seguindo os benefícios individuais, os resultados organizacionais virão em breve.  Os empregadores se beneficiarão na redução de custos relacionados a processos judiciais contra discriminação, bem como a custos mais baixos com seguros de saúde, por meio da melhoria da saúde dos funcionários.  LGBTQIAfobia é um discurso de ódio em muitos lugares, com marcas sendo boicotadas. Entretanto, no mundo dos negócios de hoje, a discriminação faz com que os clientes também abandonem marcas.  Com a adoção de políticas inclusivas, a discriminação pode ser evitada e  atrair clientes ansiosos para fazer negócios com empresas socialmente responsáveis.  A empresa provavelmente ganharia uma maior participação de mercado entre os consumidores LGBT. Clientes LGBTQIA + tendem a ser muito leal às empresas que as alcançam. Em uma pesquisa conduzida pela Harris Interactive em 2011, quase nove em cada dez (87%) adultos LGBTQIA + disseram que provavelmente consideraram uma marca por oferecer benefícios iguais no local de trabalho.  23% dos adultos LGBTQIA+ mudaram de produto ou serviço porque uma empresa diferente apoiava a comunidade LGBT, mesmo que uma marca fosse mais cara ou menos conveniente. Por um mundo com mais gestores LGBTQIA + Vivemos numa paisagem em mutação, onde as atitudes e práticas de negócios precisam mudar para um ambiente mais aceitável e tolerante. Um número crescente de empresários percebe que a igualdade é boa para os negócios, porque o mundo é natural.  Eles reconhecem que seus funcionários precisam se concentrar em aproveitar ao máximo seu talento e habilidade, em vez de se preocupar em perder seu emprego para a discriminação.  Ter gestores LGBTQIA+ é um caminho para que pessoas LGBTQIA + sejam protegidas contra a discriminação no trabalho com base em sua orientação sexual ou identidade de gênero. Temos um longo caminho a percorrer antes de alcançarmos a verdadeira igualdade para as pessoas LGBTQIA +, mas esta é um passo O mundo do trabalho, em suma, ainda está longe de ser realmente acolhedor para o pessoal LGBTQ. A lacuna entre as políticas que promovem a igualdade e a realidade para os trabalhadores LGBTQIA + é abrangente e marcante.   Construir um local de trabalho onde os funcionários LGBTQIA não sejam apenas tolerados, mas aceitos e bem-vindos, exige mais do que empregar a melhor política de não-discriminação e ter o maior grupo de marcha da parada do Orgulho.

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